Assédio sexual

Oi gente, tudo bem?

A história dessa semana aconteceu dentro da Marinha, onde sofri meu primeiro assédio sexual.
Assédio sexual quando o ato não chega a ser consumado? Bom, não sei, mas foi um assédio!

A história se passou em 1997, eu estava com 18 anos, eu acho, pois foi o ano que embarquei num porta aviões, que foi quando voltei da escola de aprendiz de marinheiro de SC. Eu estava encantado, porém assustado, pois era meu primeiro embarque após formado marinheiro, mas ao mesmo tempo ótimo, pois fiz novos amigos e descobri, outros que moravam próximo da minha casa servindo lá.

Eu entrei para divisão de manobras e reparos que cuidava da limpeza e manutenção do navio. Eu, recém chegado, acabei na limpeza. 

Ah, uma nota: Pra você que sonha em entrar na Marinha, pegar numa arma e viver altas aventuras, não se engane, você vai fazer faxina ou ir para o rancho ajudar nas refeições e lavar pratos. Isso mesmo!!

Bom, como eu disse, eu fui para a limpeza, de início, eu limpava o convés. Após um tempo me colocaram para limpar o banheiro dos oficiais. Eu, novinho, me caguei todo, pois passaria e transitar entre os oficiais, e cometendo um vacilo, sabe-de lá o que poderia acontecer.
Mas acabou que mal cruzava com eles. Às vezes, aparecia um para tomar banho ou mijar.

Um dia estava eu tranquilo, limpando o banheiro, praticamente havia terminado, quando me entra o comandante da minha divisão. Não me lembro o nome dele, por isso , ao invés de dar um nome, irei me referir apenas de comandante.
Era a primeira vez que eu ficava cara a cara com ele.
Ele entrou, me cumprimentou e saiu.
Alívio!
Só que não.
Do nada ele apareceu na porta do banheiro, que ficava próximo ao camarote dele, e me chamou até seu aposento. 
Eu tirei as luvas da faxina e acompanhei ele, imaginando o que eu havia feito de errado. Nessa hora, quase me cagando de verdade, eu entrei e ele me fez sinal para sentar numa cadeira que ficava entre a porta e um armário de ferro que virava um escrivaninha, e trancou a porta. Logo em frente era sua cama.
Eu sentei, ele sentou na cama , na minha frente e começou puxar assunto fazendo perguntas do tipo se eu estava bem, se eu tinha algum problema e eu respondendo que estava tudo bem, mas ele ficava insistindo se realmente estava tudo bem. 
Ele me liberou, voltei para o banheiro. Não passou cinco minutos e ele me chamou novamente com o mesmo papo. Só que não se contentou nas perguntas. Ele segurou minha mão, eu nervoso com as mãos tremendo, ele tentou me acalmar dizendo que estava tudo bem e que eu poderia falar dos meus problemas. Para tentar me livrar logo dele, inventei um problema familiar qualquer. Aí conversas tensas depois, ele se levantou, e parou do meu lado em pé. Então a cena era, ele de um lado, encostando seu pau duro por dentro das calças e do outro seu armário de ferro. Fiquei prensado ali,  e ele me perguntou se eu sabia o que era "isso". O objeto em questão era um colete salva-vidas que estava desdobrado em cima do seu armário. Eu disse que sim e tals, e não passou disso. 
Ele percebendo que essa situação não daria em nada, voltou sentar na minha frente e perguntou se eu queria sair dali. Eu disse que sim. Ele perguntou se eu iria contar para alguém, eu disse que não, então ele destravou a porta e saí.
Eu, completamente assustado, contei para o cabo que era responsável por dividir os setores a serem limpos, e ele me tirou da área dos oficiais e me pôs no alojamento dos praças.
Hoje em dia, me arrependo de ter sido tão ingênuo, bobo e inocente.
Eu, com a cabeça de hoje, lógico que teria retribuído a investida dele. 
Teria tirado um proveito, uma casquinha e quem sabe não estaria bem melhor de vida hoje.
Ah, não me julguem, ou me julguem, não ligo!

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